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Familiares dos seis pacientes que morreram em decorrência da falta de oxigênio no Hospital Lauro Reus, em Campo Bom, realizaram uma manifestação em frente ao Fórum de Campo Bom neste domingo (19), data que marca dois anos do ocorrido. As pessoas que morreram estavam internadas na UTI e na emergência do Lauro Reus devido à covid-.
As famílias pedem justiça e punição aos gestores do hospital e da associação que administrava a casa de saúde, a Associação Beneficente São Miguel (ABSM). Em setembro de 2022, o Ministério Público (MP) indiciou nove pessoas por homicídio culposo, incluindo funcionários da empresa que fornecia oxigênio à instituição, a Air Liquide. Conforme a promotoria, os denunciados “agiram com negligência, imprudência e imperícia”. Há ainda uma notícia-crime em tramitação para investigar outras 15 mortes decorrentes de sequelas geradas pela falta de oxigênio.
O Hospital Lauro Reus, de Campo Bom, ficou sem oxigênio no tanque principal na manhã de 19 de março de 2021, durante uma grande onda da pandemia, quando seis pacientes com covid-19 que estavam entubados morreram.
A apuração da Secretaria Estadual da Saúde (SES), com base em informações de telemetria da Air Liquide, mostrou que faltou oxigênio no tanque principal que abastece o hospital. E que o sistema de backup, que são as baterias reservas, demorou a funcionar.
Em nota, a direção do hospital informou que havia 26 pacientes na UTI e na emergência recebendo ventilação mecânica entre 8h10min e 8h40min. “Não houve em momento algum falta de oxigênio aos pacientes, devido à rápida ação da equipe assistencial que acionou imediatamente o Plano de Contingência — em decorrência de uma instabilidade na rede central de distribuição de O2 que durou aproximadamente 30 minutos”, diz a nota. Entretanto, familiares de pacientes disseram ter visto “uma cena de terror” em frente ao hospital.
Em agosto de 2022, a prefeitura de Campo Bom decidiu romper contrato com a administradora do hospital, a Associação Beneficente São Miguel (ABSM). Entre os motivos foram apontados ausência de profissionais, precariedade nos atendimentos e falta de pagamento de tributos. Atualmente, o caso segue em investigação no Ministério Público.